quinta-feira, 19 de maio de 2011

Respirando outros ares

19/05/11
por Marina Saraiva


Confira aqui o depoimento da repórter Flávia Freire, que foi à Cidade do México e a Bogotá para ver de perto como as duas cidades conseguiram melhorar muito a qualidade do ar. Com a editora Cristiana Randow e o repórter cinematográfico Eduardo Mendes, Flávia registrou as medidas que também resultaram na melhoria do tráfego, e conta aqui um pouco mais da experiência.

Há mais ou menos um ano eu e uma equipe de jornalistas da TV Globo tomamos uma decisão: “Precisamos chamar a atenção das pessoas para o problema da poluição do ar.”

Mas pra isso tínhamos que conhecer o assunto a fundo e começamos a pesquisar, a estudar e a viajar…

Assim surgiu o projeto “Respirar”.

Estivemos na Cidade do México que tem um trabalho sério de combate à poluição – e que conseguiu um feito inédito: não está mais entre as dez cidades mais poluídas do mundo.

Fomos também a Bogotá, a capital da Colômbia e a Curitiba, cidades que têm fama de serem “amigas” do meio ambiente e por isso têm muito a ensinar sobre como grandes centros urbanos podem crescer, se desenvolver sem agredi-lo.

Cidade do México

Na Cidade do México, fiquei impressionada com a seriedade com que as autoridades encaram o problema gravíssimo da poluição. Eles fazem atualizações constantes dos parâmetros de medição da qualidade do ar e isso dá ferramentas ao governo para tomar as medidas certas, como por exemplo, tirar parte dos carros das ruas e investir em transporte coletivo, em transporte alternativo, como a bicicleta e em programas como o de substituição de frota de táxis e ônibus velhos.

Ainda não é o melhor dos mundos, mas por razões óbvias eles acordaram para o problema da poluição muito antes que nós.

Aliás, foi incrível ver de perto como os ônibus são destruídos.

No começo deu muito medo.

Fiquei com “frio” na barriga; depois relaxei e curti bastante estar ali.

Tecnologia a favor da qualidade do ar

A população mexicana é muito engajada.

Todo mundo sabe que tem que fazer a sua parte pro seu próprio bem.

Em Bogotá, capital da Colômbia, o que mais me impressionou foi a relação de confiança que os moradores tem com o transporte público. O sistema Transmilenio é usado pela maior parte da população. É de altíssimo nível.

Os ônibus vivem cheios também mas o sistema parece mais eficiente.Eu tranquilamente deixaria meu carro em casa pra usar o Transmilenio.Fiquei encantada.

Foi bacana ver que o problema da poluição também é visto com muita seriedade pelas autoridades de Bogotá.

A experiência de lá se aproveita de uma idéia que já tinha sido testada.

A dos corredores de ônibus de Curitiba, que existem há mais de trinta anos.

Eles serviram de exemplo pra vários países.

Hoje em dia, estão bem cheios, não são nenhum mar de rosas, mas os investimentos são constantes e isso mantém o sistema funcionando bem.

Vamos aos dados:

Segundo a Organização Mundial da Saúde, dois milhões de pessoas morrem por ano, vítimas da poluição do ar no mundo.

É muita gente.

E metade dessas mortes está em países em desenvolvimento, que é o caso do Brasil.

As crianças e os idosos são mais sensíveis ao ar pesado, seco…

Para a maioria de nós, o problema passa despercebido.

É por isso que costumamos chamar a poluição de “o inimigo invisível”.

Esse é um problema de saúde de todos nós.

Precisamos acordar pra isso, abraçar a causa.

Em São Paulo, nós vamos fazer a medição da qualidade do ar nos quatro cantos da cidade e todo mundo vai poder acompanhar o resultado no telejornal local SPTV.

É uma espécie de “pulmão eletrônico” que mostrará quanta poluição a gente respira sem nem se dar conta.

Vocês ainda vão ouvir falar muito sobre a poluição do ar.

Aguardem!

Por Flávia Freire, repórter e apresentadora da TV Globo
 
Fonte: http://g1.globo.com/platb/globo-news-cidades-e-solucoes/

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