quinta-feira, 28 de junho de 2012

Dez dicas para ter sucesso em seu empreendimento social

CÁSSIO AOQUI
DA FOLHA DE S.PAULO, EM MIAMI


"O que preciso fazer para que um fundo de investimentos estrangeiro se interesse e aporte recursos na minha organização?"

Diante das dificuldades de obter crédito para suas iniciativas, certamente muitos empreendedores sociais brasileiros já se depararam com essa questão.

Confira, a seguir, as orientações de Matthew Cole, sóciogestor da North Bay Equity Partners, firma de private equity focada na América Latina. Com mais de 20 anos de experiência em private equity e investimento bancário nessa região, Cole, que trabalhou para o banco J.P. Morgan em Nova York, Santiago e São Paulo, apresentou o painel "Os Dez Mandamentos para Construir uma Organização Sem Fins Lucrativos Empreendedora" na SVC/SE (Social Venture Capital/Social Enterprise), na semana passada, em Miami. Embora muitos dos itens sejam básicos, sempre é importante refletir se está no caminho adequado.

Dez mandamentos para empreender (por Matthew Cole)

1) Resolva um problema - antes de tudo, tenha claro em mente qual o seu foco de atuação e sobre qual questão social trabalhará para resolvê-la ou amenizá-la;

2) Desenvolva uma visão - uma vez com sua missão definida, visualize seu futuro e os caminhos pelos quais trilhará;

3) Recrute pessoal qualificado - o costume de muitos empreendedores sociais de centralizar grande parte das decisões nas organizações que lideram não é sustentável no longo prazo; conte com uma equipe eficiente e envolvida na causa;

4) Conheça seu público-alvo - é fundamental escutar os beneficiários ou consumidores ligados ao seu trabalho; é a única forma de se antecipar as variações de mercado com eficiência; obtenha "feedback" deles continuamente;

5) Tenha foco - quanto mais trabalhar, mais ideias surgirão para novas frentes de trabalho; esforce-se, contudo, para manter o foco de sua atuação;

6) Seja rápido e ágil - use seu tamanho a seu favor para ajustar-se às necessidades de mercado e seguir adiante com a organização;

7) Conheça os números - saiba em detalhes quanto lhe custa para prestar um serviço, quais são as margens, como é seu fluxo de caixa, tanto de entrada como de saída e outras ponderações financeiras. Esteja sempre atento às projeções e ao orçamento, numa base anual, mensal, semanal e, se possível, diária;

8) Atinja seu ponto de equilíbrio (break-even) - busque sempre a autossustentabilidade, o momento em que a entrada de recursos se iguala e ultrapassa a saída (Cole chama esse momento de "nirvana" do empreendedor);

9) Sempre levante capital - diante da competitividade acirrada por recursos na área social, procure trazer capital adicional a sua organização, como o de fundações, capital de risco, business angels;

10) Tenha em mente o fim - ainda que não seja sua meta, visualize sua saída da organização; é importante pensar no futuro, no plano de sucessão e em detalhes como "nós temos uma trajetória de carreira para os colaboradores?".


quinta-feira, 14 de junho de 2012

DESPERTAR UNIVERSITÁRIO!

Palestra proferida, no dia 13 de junho, na FARO, pelo Dr.Wellington Bega
Doutor em Psicanálise e Saúde Mental
Psicanalista Clínico Cristão e Consultor Organizacional
Neurociência, Andragogia e Ciência do Comportamento
Professional Coach e Personal Mentor

Todas as IES oferecem conteúdo para a formação da competência técnica do profissional, mas poucas  proporcionam EXCELÊNCIA EMOCIONAL (desenvolvimento humano, com ênfase no equilíbrio psicológico = mental + emocional).


    
    
   


quarta-feira, 13 de junho de 2012


Veja o que já foi dito sobre a Rio+20


FOLHA DE SÃO PAULO 12/06/2012

"O Brasil não discorda desse conceito [de economia verde], mas defende uma economia verde inclusiva, que sirva como ferramenta para a implementação do desenvolvimento sustentável e que contemple as três dimensões da sustentabilidade: a econômica, a ambiental e a social"

Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação
"Os países emergentes precisam evitar o modelo de crescimento convencional, baseado no uso intensivo de recursos."
Sha Zukang, secretário-geral da Rio+20
"Quando nos encontrarmos no Rio, os chefes de Estado e de governo devem ter diante de si um documento conciso [...]. Não é razoável deixar muitas questões não resolvidas para que os líderes negociem."
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU
"Essa é uma conferência que não tem peso. O cenário é de impasse, de bloqueio. Os países não estão dispostos a discutir desenvolvimento sustentável, por isso não será uma conferência relevante"
Eduardo Viola, professor da UnB e especialista em política das mudanças climáticas
"Não se trata de colocar um preço sobre o valor da natureza, até porque a abelha não passa um recibo quando produz o mel, mas ampliar a consciência dos agentes econômicos para o custo dos impactos sobre o capital natural e social"
Pavan Sukhdev economista indiano
"Temos que tomar cuidado para não cairmos na armadilha de aceitarmos conceitos pré-fabricados do que é o êxito, do que é o fracasso. A proposta [da agenda do evento] é muito ambiciosa e sui generis, não é a mesma proposta da Rio-92"
Antonio Patriota, ministro das relações exteriores
"A Rio+20 é muito mais aberta do que uma reunião sobre clima. Como nós vamos viver em cidades sustentáveis nos próximos 20 anos? Como vamos produzir comida de maneira sustentável nos próximos 20 anos? Isso é a Rio+20. É tudo! É por isso que a questão da imaginação é tão complicada"
Brice Lalonde, coordenador da Rio+20
"Eu gostaria muito que nós tivéssemos algum texto que reconhecesse a importância da população e do consumo lado a lado com nossa preocupação direta com o ambiente."
Sir John Sulston, ganhador Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2002
"A posição do Brasil é tímida porque o governo brasileiro não acredita nas mudanças climáticas."
Rubens Ricupero, embaixador e ex-ministro do Meio Ambiente
"O Brasil pode fazer uma de duas coisas: colocar-se ao lado dos países que querem mudar o mundo ou manter o status quo."
Achim Steiner, subsecretário-geral das Nações Unidas
"Reeleição de Obama é mais importante para o mundo do que sua presença aqui."
André Corrêa do Lago, negociador-chefe da delegação brasileira para a Rio+20

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Consciência ambiental aumenta, mas só 22% sabem da Rio+20

Por Maurício Thuswohl, da Rede Brasil Atual


Resultado da pesquisa "O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável" é pouco animador.

Uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e divulgada nesta quarta-feira (6) revela que apenas 22% dos brasileiros afirmam já ter ouvido falar da Rio+20. A poucos dias do início da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, o resultado da pesquisa, intitulada “O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável”, parece pouco animador, mas o governo brasileiro vê a questão com outra perspectiva.

“Considerando que a pesquisa cobriu todas as classes sociais e todas as regiões do Brasil, esse índice de quase um quarto da população não é baixo. Ao contrário, é um número bastante expressivo. Há vinte anos, apenas 3% dos brasileiros sabiam da Rio-92”, afirmou a ministra Izabella Teixeira, presente à cerimônia de lançamento da pesquisa, realizada no Rio de Janeiro. A ministra acrescentou que “hoje se fala na Rio-92 como um grande êxito, mas na época muitos a consideraram um fracasso, inclusive a mídia”.

Izabella afirmou que, apesar do crescimento da consciência ambiental do povo brasileiro, “ainda falta fazer o link da problemática ambiental com as questões econômica e social”. A ministra disse acreditar que isso poderá ser feito a partir da Rio+20: “Os três pilares da Conferência da ONU farão essa ligação ao discutir o combate à pobreza, a administração sustentável dos recursos do planeta e a adoção de uma governança ambiental global”.

O caminho para avançar na consciência socioambiental do país, segundo a ministra, já está pavimentado. “Entre os dez principais problemas do país, os brasileiros listam o meio ambiente como o sexto problema. Em 1992, o meio ambiente sequer aparecia na lista de prioridades do brasileiro”, disse.

A pesquisa, de fato, demonstra um aumento no nível da informação ambiental do cidadão brasileiro. 47% dos entrevistado afirmaram saber o que é desenvolvimento sustentável. Entre estes, 69% afirmaram que se trata de “garantir que os recursos naturais não sejam destruídos pelos seres humanos”, enquanto 26% disseram que é “cuidar do meio ambiente, das pessoas e da economia do país ao mesmo tempo” e 5% que é “produzir cada vez mais com combustível fóssil como o petróleo e o gás abundante em nosso país”.

Outro dado interessante na comparação com 1992: naquele ano, 46% dos brasileiros não sabiam mencionar sequer um problema ambiental na sua cidade ou bairro. Em 2012, esse número caiu para 10%. Além disso, 82% das pessoas entrevistadas disseram não estar dispostas a ter mais progresso, se isso acontecer à custa da depredação dos recursos naturais do país.

Maus hábitos

Os hábitos de consumo da maioria dos brasileiros, no entanto, ainda estão longe do ideal. Segundo a pesquisa, tarefas como, por exemplo, o descarte adequado de pilhas, baterias e pneus velhos, além de toda sorte de lixo eletrônico ou hospitalar, praticamente inexistem no país. A preocupação com o problema do lixo, por outro lado, já faz parte da realidade de 29% dos entrevistados.

Ainda segundo a pesquisa, 52% da população brasileira não separa o lixo antes do descarte. A separação do lixo é maior em áreas urbanas (50%) do que na zona rural (35%). A Região Sul apresenta o maior percentual de coleta seletiva (76%), seguida pelas regiões Sudeste (55%), Centro-Oeste (41%), Nordeste (32%) e Norte (27%).

A pesquisa foi feita pelo Instituto CP2 entre os dias 15 e 30 de abril, e teve como base a realização de 2,2 mil entrevistas domiciliares nas cinco regiões do país. Além dos principais problemas ambientais identificados pelos brasileiros no Brasil e no mundo e dos hábitos de consumo e reciclagem no país, a pesquisa mostra também como é avaliada a atuação dos órgãos públicos e empresas privadas na conservação ambiental e qual a disposição do povo brasileiro para se engajar na busca por soluções para os problemas ambientais.

A íntegra da pesquisa pode ser vista no site do Ministério do Meio Ambiente