A sociedade brasileira anda carente de pessoas pensantes e
cognoscentes. Pessoas com liderança para direcionar uma multidão de
brasileiros alienados para uma seara de conhecimento, criticidade e
também prosperidade.
A ciência política tem a função de esclarecer o povo de que o poder
existe para favorecê-lo, fazendo prevalecer a vontade deste, uma vez que
o poder é emanado do próprio povo.
A política é uma palavra oriunda da palavra polis (cidades, estados) e
está relacionada à forma de organização, direção e administração das
nações ou estados.
Ela busca uma maneira de conquistar o poder e de se manter nele. O
poder do homem sobre outro homem, o poder de influenciar os outros.
Uma dificuldade encontrada pelos educadores em se trabalhar a
política nas escolas é o despreparo dos gestores que se encontram
contaminados pela politicagem que não é nada mais que uma política
mesquinha e de interesses pessoais, reforçada por políticos desonestos e
inescrupulosos. Esses gestores em sua maioria são frutos desse meio,
uma vez que os cargos oferecidos, na sua maioria, não são baseados na
meritocracia, salvo algumas exceções acertos na escolha, o que não se
torna regra.
Essa escolha de gestores favorece o sistema falho em que nos
encontramos, e este por sua vez inibe e até mesmo coíbe qualquer
pronunciamento político nas escolas, mesmo sem ter uma ideologia
partidária, pois a intenção para os educadores é apenas esclarecer seus
educandos da política e sua relevância para a vida da sociedade e não
fomentar o partidarismo.
A política não é apenas o ato de bem governar os povos, e tampouco a
habilidade no trato das relações humanas, com vista na obtenção dos
resultados desejados. Ela é uma atividade de cidadãos que se ocupam com
assuntos públicos favorecendo sempre o coletivo e nunca o individual.
A educação necessita de uma neodiretividade tendo com um dos viés a
política, que mostra o poder que se impera invalidando o saber que eleva
o educando ao grau de criticidade. O saber correto, que fomenta a
dúvida e faz com que se busque as respostas adequadas, e que não se
deixe ser manipulado pela classe opressora e dominante, que gera o poder
e subjuga o povo reforçando cada vez mais o domínio da elite, deste
povo sofrido e desamparado, sem ter consciência de que se encontram
nessa triste posição.
Quando conseguirmos trabalhar e desenvolver em nossos educandos não
só conceito político, mas uma conscientização, estaremos fazendo com que
estes deixem de ser analfabetos políticos que, segundo afirma Bertolt
Brecht, dessa ignorância, nasce a “prostituta, o menor abandonado, e o
pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra,
corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Portanto cabe a nós educadores pensarmos como trabalhar essa
conscientização em nossos educandos, sem nos deixarmos ser afetados pela
coação de gestores com desculpas de que a escola não é um espaço para
prapaganda eleitoral, o que não é a intenção da educação, pois ela deve
ser neutra politicamente, mas sem deixar de ser omissa com a sua função
de educar para a cidadania e o protagonismo, e esse protagonismo para
existir, faz-se mister interagir com os acontecimentos políticos.