Quem gosta de Twitter não deve se espantar se
vir por aí a hashtag #edpain, algo como
“#oquemaismedóiemeducação”, que desde a semana passada anda
circulando no microblog e também no Facebook. Incentivados
pela Digital Harbor Foundation, uma organização sem fins
lucrativos que busca promover a cultura da inovação por meio
de iniciativas educacionais, pessoas dos mais diversos perfis
começaram a compartilhar aquilo que mais as incomodavam quando
o assunto era educação.
Apareceu de tudo: professor falando dos desafios
de usar a tecnologia em sala de aula, coordenadores
pedagógicos apontando problemas em processos avaliativos, pais
lamentando o custo da educação, blogueiros questionando o
tempo gasto com aulas que são piores experiências de
aprendizado que o Google. A ideia de compartilhar essas dores,
no entanto, não é fazer um muro virtual de lamentações, dizem
os organizadores do movimento, mas começar a montar uma parede
virtual de construção coletiva com problemas a resolver e
grupos de pessoas com o mesmo interesse para discutir
soluções.
“Quando você cria uma nova tecnologia ou uma
inovação, o que pode ser simplesmente um jeito novo de fazer
alguma coisa, você sempre começa com uma descrição clara do
que é aquilo que mais está incomodando”, disse Andrew Coy,
diretor executivo da Digital Harbor Foundation ao Technicaly
Baltimore. Depois de identificar os “pontos de dor”, o próximo
passo, diz Coy, é verificar quais desses pontos são
preocupações individuais e quais são de mais gente, para
reunir um grupo de pessoas que irão trabalhar na solução do
problema.
A história dessa parede virtual começou numa
parede, física mesmo, na sede da fundação. Um grupo de
educadores que passava por uma qualificação no local começou a
preencher uma parede com papeis e suas frustrações. Mas a
parede foi ficando pequena e virou uma hashtag. Agora, já é um
site Edpain que reúne os tuítes e as manifestações feitas
diretamente pela plataforma. Quem tem uma dor em educação é
convidado a se identificar, dizer sua profissão e seu CEP e
colocar ali, de preferência em até 140 caracteres, o que é a
sua dor.
De acordo com o Technicaly Baltimore, em uma
semana, mais de 115 pontos de dores na educação foram
documentados no site. Ao fazer o usuário inserir seu código
postal e algumas características pessoais, a intenção é fazer
do site um lugar em que pessoas com problemas e dores
parecidas se reunam para discutir soluções. Confira a seguir,
algumas dores compartilhadas.
“Muito comumente, a tecnologia é um band-aid
para mascarar as deficiências de nossas escolas. Taxa de
evasão? Notas baixas? Aqui está uma lousa digital! Não é o
produto tecnológico que vai salvar os alunos, é o professor.
Precisamos melhorar nosso desenvolvimento profissional para
que estejamos preparados para promover a mudança.”
Chirstian, professor de Baltimore
“Se alguma coisa é googlável, por que nós
gastamos um tempo precioso ensinando essa coisa?”
Peter Pappas, blogueiro de educação de
Portland
“Eu queria que fôssemos capazes de ensinar os
alunos mais “habilidades da vida”, como finanças básicas, boa
memória, informações sobre seguro saúde e do carro”
Kate McCallun, de Los Angeles, mãe
E você, o que mais te dói em educação? Que tal
tentar em até 140 caracteres?
*Fazem parte do Redação na Rua os sites Catraca
Livre, Guia de Empregos, Portal Aprendiz, Porvire
VilaMundo.
Fonte: Portal Aprendiz - 27/08/2012 - São
Paulo, SP
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