quinta-feira, 28 de abril de 2011

Fuvest: entender tema da redação é ponto de partida para fazer um texto "nota dez"

A adequação ao tema pedido na proposta de redação é essencial para que o estudante pleiteie um lugar entre as melhores redações da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular da USP). Segundo os professores ouvidos pelo UOL Vestibular, essa é condição primordial para que a banca corretora não descarte de cara o texto.

"Invariavelmente, nas melhores redações, o estudante revela uma preocupação em se adequar ao tema, não foge dele em hipótese alguma, e obedece à estrutura dissertativa, se ela é cobrada. Sem essas instruções, a redação nem continua a ser lida", explica a professora Maria Aparecida Custódio, do Curso e Colégio Objetivo, de São Paulo.
"Um mundo por imagens" foi o tema da redação do vestibular 2010 da Fuvest. A proposta abordava a construção de imagens sobre pessoas, fatos, livros, instituições e situações. Entre essas cinco possibilidades, o candidato deveria escolher apenas uma para ser tema do texto que iria redigir Mais Thanassis Stavrakis/AP
Para compreender o que é pedido pelo vestibular, a professora dá uma dica: ler primeiro a proposta - que nem sempre vem em primeiro lugar - e depois ler os trechos de textos apresentados. "Depois de ler o tema, ele [o estudante] vai tentar aproveitar [nos textos] o que ele julgar mais conveniente para a redação. Essa leitura faz toda a diferença: muitos se desviam do que é pedido pois leem por cima, e acabam não entendendo o que é necessário fazer", completa.
Além de não fugir do tema, a capacidade de se expressar com clareza a respeito da proposta é outro ponto em comum dos melhores textos. Como exemplo, o coordenador do Banco de Redações do UOL Educação, Antônio Carlos Olivieri, cita uma redação em que o vestibulando cria um termo que não existe no dicionário - "amorfabilidade": "a redatora/redator criou essa palavra com um viés meio em cima do anglicismo vigente na língua. Apesar do termo não existir nem no inglês nem no português, ficou claro o que ela quis dizer, isso é o que importa, mesmo que ela tenha fugido de critérios mais rígidos da gramática", explicou.


Linguagem
Segundo a professora Maria Aparecida, a linguagem utilizada pelo estudante é o grande diferencial entre as redações. "Aquele que tem uma linguagem rica, diversificada, consegue valorizar o conteúdo, já que todo mundo vai escrever sobre o mesmo tema".
Uma linguagem rica, porém, não quer dizer usar palavras difíceis, mas evitar repetições e linguagem informal. "Quem usa linguagem rebuscada só para impressionar perde pontos", explicou a docente. A diversificação de leituras - indo de quadrinhos até clássicos, "best-selers", jornais, crônicas, contos e blogs, por exemplo - ajudam a compor essa linguagem cobrada nas redações de vestibular.
Aulas e filmes também contribuem para enriquecer o repertório linguístico e cultural do estudante. O conhecimento adquirido não deve ser "compartimentado", explica a professora. "Tudo isso ajuda a construir uma bagagem com diversas referências e o vestibulando pode pôr isso a serviço da redação", diz Maria Aparecida.
Melhores redações
A Fuvest divulgou nesta terça-feira (26) as 56 melhores redações do processo seletivo de 2011. A proposta do ano passado foi "O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?", e trazia quatro trechos de textos, sendo um da revista Veja, um da internet, um do sociólogo Zygmunt Bauman e um do filósofo Gilles Lipovetsky.
 
Fonte: http://vestibular.uol.com.br/ultimas-noticias/2011/04/27/fuvest-entender-tema-da-redacao-e-ponto-de-partida-para-fazer-um-texto-nota-dez.jhtm

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