quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Educação é também um ato político

A sociedade brasileira anda carente de pessoas pensantes e cognoscentes. Pessoas com liderança para direcionar uma multidão de brasileiros alienados para uma seara de conhecimento, criticidade e também prosperidade.
 
A ciência política tem a função de esclarecer o povo de que o poder existe para favorecê-lo, fazendo prevalecer a vontade deste, uma vez que o poder é emanado do próprio povo.
 
A política é uma palavra oriunda da palavra polis (cidades, estados) e está relacionada à forma de organização, direção e administração das nações ou estados. Ela busca uma maneira de conquistar o poder e de se manter nele. O poder do homem sobre outro homem, o poder de influenciar os outros.
 
Uma dificuldade encontrada pelos educadores em se trabalhar a política nas escolas é o despreparo dos gestores que se encontram contaminados pela politicagem que não é nada mais que uma política mesquinha e de interesses pessoais, reforçada por políticos desonestos e inescrupulosos. Esses gestores em sua maioria são frutos desse meio, uma vez que os cargos oferecidos, na sua maioria, não são baseados na meritocracia, salvo  algumas exceções acertos na escolha, o que não se torna regra.
 
Essa escolha de gestores favorece o sistema falho em que nos encontramos, e este por sua vez inibe e até mesmo coíbe qualquer pronunciamento político nas escolas, mesmo sem ter uma ideologia partidária, pois a intenção para os educadores é apenas esclarecer seus educandos da política e sua relevância para a vida da sociedade e não fomentar o partidarismo.
 
A política não é apenas o ato de bem governar os povos, e tampouco a habilidade no trato das relações humanas, com vista na obtenção dos resultados desejados. Ela é uma atividade de cidadãos que se ocupam com assuntos públicos favorecendo sempre o coletivo e nunca o individual.
 
A educação necessita de uma neodiretividade tendo com um dos viés a política, que mostra o poder que se impera invalidando o saber que eleva o educando ao grau de criticidade. O saber correto, que fomenta a dúvida e faz com que se busque as respostas adequadas, e que não se deixe ser manipulado pela classe opressora e dominante, que gera o poder e subjuga o povo reforçando cada vez mais o domínio da elite, deste povo sofrido e desamparado, sem ter consciência de que se encontram nessa triste posição.
 
Quando conseguirmos trabalhar e desenvolver em nossos educandos não só conceito político, mas uma conscientização, estaremos fazendo com que estes deixem de ser analfabetos políticos que, segundo afirma Bertolt Brecht, dessa ignorância, nasce a “prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
 
Portanto cabe a nós educadores pensarmos como trabalhar essa conscientização em nossos educandos, sem nos deixarmos ser afetados pela coação de gestores com desculpas de que a escola não é um espaço para prapaganda eleitoral, o que não é a intenção da educação, pois ela deve ser neutra politicamente, mas sem deixar de ser omissa com a sua função de educar para a cidadania e o protagonismo, e esse protagonismo para existir, faz-se mister interagir com os acontecimentos políticos.
 
 
 

USP e FGV lançam aulas e simulados na web para alunos do ensino médio

A Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) lançaram portais com conteúdos para alunos do ensino médio. Tanto o Portal e-Aulas USP como o Programa FGV Ensino Médio Digital reúnem materiais de estudo para alunos desta modalidade de ensino.
 
O portal da USP disponibiliza videoaulas das áreas de humanas, exatas e biológicas produzidas pela universidade. Ele foi inspirado em portais semelhantes de instituições internacionais de ensino superior, como Massachusetts Institute of Technology (MIT), Harvard e Princeton.
 
Na segunda fase do projeto, que deverá ser implementada até o final do ano, o portal permitirá que os vídeos sejam legendados e que outros arquivos sobre o assunto em questão, mesmo que estejam em formatos diferentes, possam ser inseridos.
 
Segundo a pesquisadora do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores da Escola Politécnica e coordenadora do Grupo Gestor do e-Aulas, Regina Melo Silveira, o Portal e-Aulas USP também será incorporado ao Portal de Busca Integrada do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi). Dessa forma, o usuário que pesquisar sobre um determinado assunto obterá como resultado não apenas livros, teses e artigos relacionados, mas também os vídeos produzidos sobre o tema.
 
Simulados e jogos
 
O portal da FGV traz material sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), simulados, jogos e aulas.
 
Há conteúdos de todas as áreas de conhecimento, divididos em blocos temáticos – cursos – que, por sua vez, estão subdivididos em aulas também estruturadas em tópicos temáticos específicos. Os cursos dão uma visão geral de cada área de conhecimento que compõe o programa do ensino médio. Ao final de cada aula, o internauta poderá encontrar questões de autoavaliação de múltipla escolha com gabarito e comentários.
 
Também é possível encontrar simulados divididos por áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias (contemplando questões de português, literatura, redação, inglês e práticas corporais); matemática e suas tecnologias (contemplando questões de matemática); ciências da natureza e suas tecnologias (contemplando questões de física, química e biologia); e ciências humanas e suas tecnologias (contemplando questões de história, geografia, filosofia e sociologia). O teste de cada área do conhecimento tem 15 questões que são escolhidas aleatoriamente pelo sistema. A duração da prova é de 45 minutos.
 
 
 
Fonte: G1 Globo.com - 18/09/2012 - Rio de Janeiro, RJ

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Falta de ambição atrapalha educação no Brasil

Fui fazer faculdade nos Estados Unidos em 1995 e depois voltei para mais dois anos de mestrado lá. Saí mais otimista em relação ao Brasil do que quando cheguei. Até aquela época, o contato com os EUA se resumia a férias, filmes e encomendas trazidas de viagem. Sob esse prisma, o país parecia uma Terra Prometida, onde tudo era bom e barato e as pessoas, ricas e civilizadas. Se era assim na média, imaginei que depararia com verdadeiros super-homens nas universidades Ivy League para as quais me dirigia. Felizmente, eu me decepcionei. Meus colegas americanos eram muito mais ignorantes e superficiais do que eu imaginara. E, fora as questões intelectuais, me chamou a atenção seu desajuste emocional. Parecia que todo mundo estava ou brigado com os pais, ou tomando antidepressivos ou indo a festas para beber até cair. Muitas pessoas se encaixavam nas três categorias. Se esse pessoal conseguiu construir a potência hegemônica do planeta, pensei eu, nós também podemos. Yes, we can!

A volta ao Brasil depois de oito anos foi, porém, surpreendente. Porque era (e segue sendo) claro que o país se divide em dois grupos. Um é cosmopolita, aguerrido, preparado e ambicioso. Gente que tem fome, que quer competir com o que há de melhor no mundo. Ayrton Senna. O outro é provinciano, malemolente, com baixa instrução, acomodado. Um pessoal que está satisfeito com o que a vida lhe deu. Macunaíma. Impossível quantificar construtos tão subjetivos, mas diria sem medo de errar que o segundo grupo é muito mais numeroso do que o primeiro.

Prova indireta disso é que os slogans dos presidentes democraticamente eleitos nas últimas décadas - portanto, afinados com a mentalidade coletiva - pertencem quase todos ao segundo grupo. Sarney: “Tudo pelo social”. Itamar: “Brasil, união de todos”. Lula I: “O melhor do Brasil é o brasileiro”. Lula II: “Brasil, país de todos”. Dilma: “País rico é país sem pobreza”. Todos esses olham para dentro e para trás: o foco é sanar desigualdades, incluir, corrigir os erros do passado, glorificar o que temos. Com exceção do “Avança, Brasil” de FHC, ninguém faz menção ao mundo exterior ou ao futuro, ninguém almeja tornar o Brasil aquilo que, até por suas dimensões e riquezas naturais, ele deveria naturalmente querer ser: uma potência mundial.

Compreender e explicar essa acomodação está além deste espaço e deste colunista, mas as consequências desse espírito são claras: ficamos muito abaixo do que poderíamos ser. Tanto a literatura acadêmica (disponível em twitter.com/gioschpe) quanto a minha experiência de vida têm me mostrado que a gana individual - perseverança, resiliência, ambição - é fator fundamental no sucesso de uma pessoa, aliada à qualidade de sua formação. Não faltam inventividade e persistência ao brasileiro: o problema é que os sonhos de muitos compatriotas são bem mais acanhados do que poderiam ser. Alguém já disse que o homem prudente é como o bom arqueiro: mira sempre um pouco acima do alvo. O Brasil já mira abaixo do que deveria, e portanto acaba alcançando ainda menos do que ambiciona.

Em nenhum lugar esse rasgo da nossa psique está mais aparente e imbricado com uma complexa relação de causalidade do que em nosso sistema educacional. Se a nossa pouca ambição já vem de família, certamente ela é muito reforçada em nossas escolas. Em um perfil do professorado brasileiro traçado pela Unesco e pelo MEC, 75% dos professores declararam preferir a igualdade à liberdade. O objetivo da nossa escola é homogeneizar, não desenvolver talentos. Um levantamento de 2007 do Inep, o órgão de pesquisas do MEC, identificou 2 553 alunos superdotados na educação brasileira. Para identificar menos de 3 000 superdotados em uma rede de mais de 50 milhões de alunos é preciso um esforço consciente de cegueira. Eis aí uma diferença básica entre o que vivi em escolas brasileiras e universidades americanas: aqui, o bacana era o cara que não estudava, baladeiro, safo. O aluno aplicado é “nerd”, otário. Lá, assim como em outros sistemas educacionais de ponta, valorizado é o aluno que estuda muito e tira ótimas notas. Nos EUA, os melhores alunos entram para honors lists; na Alemanha, há sistemas educacionais diferentes para aqueles com ambições acadêmicas mais altas; na China, os alunos são ranqueados e precisam de boas notas para adentrar as melhores escolas e, depois, as universidades. Aqui, o histórico escolar da pessoa não importa. O jogo é zerado no momento da entrada para a universidade, decidido por meio de um único teste (vestibular ou Enem). No Brasil, há uma estranha percepção de que recompensar os melhores e mais aplicados seria romper o éthos republicano. Nossos professores descreem de seus pupilos: só 7% deles acreditam que quase todos os seus alunos chegarão à universidade, segundo questionário da Prova Brasil 2009. Nosso desastre educacional também desestimula ambições ao tirar do brasileiro o preparo intelectual que é o pré-requisito para voos mais altos. Pesquisa do Inaf mostra que 74% dos adultos brasileiros não são plenamente alfabetizados. Com esse despreparo, sonhar muito alto pode ser sinal de doença psiquiátrica.

A má educação causa a falta de ambição e é também causada por ela. Nos países que deram grandes saltos, a educação não foi percebida como um fim, mas como parte de um projeto nacional. China do século XXI, Coreia da década de 70, Estados Unidos dos anos 30, Japão do pós-guerra: nesses e em outros casos, os países perseguiam um sonho de grandeza. A educação não era o ponto de chegada, mas parte da ponte até o futuro glorioso. Parte do nosso problema é que, ao não termos um projeto nacional inspirador, a educação deixou de ser uma questão dos brasileiros e se tornou propriedade dos professores e funcionários. Alguns deles têm espírito público e generosidade e fazem o melhor que podem para os seus alunos e, consequentemente, o país. Mas a maioria acaba se acomodando em um sistema que não incentiva o mérito, nem pune o demérito; as únicas causas que defendem são as suas próprias.

Mas será que precisamos ser mais ambiciosos? O Brasil já apareceu nas primeiras posições em levantamentos internacionais de felicidade. Os céticos dirão que optamos por menos ambição e desenvolvimento em troca de mais bem-estar, sociabilidade e alegria. Acho essa uma falsa dicotomia. É possível ser simultaneamente desenvolvido e alegre. Na última pesquisa Gallup sobre felicidade mundial, realizada de 2005 a 2011, os dez primeiros colocados eram todos do Primeiro Mundo e os dez últimos, subdesenvolvidos. Sou cético quanto à qualidade de uma escolha tomada em situação de pobreza intelectual como a que temos no Brasil. Longe de mim sugerir que analfabetos não devam poder decidir sobre a vida deles. Democracia e liberdade são valores supremos. Mas seria demagógico supor que a qualidade das decisões que uma pessoa toma não muda com melhorias radicais de instrução. Pesquisas mostram que pessoas mais instruídas fumam menos e são mais saudáveis. Finalmente, não creio que seja lógico ou ético optar pelo nosso atual patamar de desenvolvimento, quando ele significa que tantos milhões de pessoas estariam condenadas a uma vida indigna, da mais absoluta privação. Eu não teria problema de viver em um Brasil que, a exemplo da França, optou por reduzir a semana laboral, trocando riqueza por lazer e família - desde que o Brasil chegue ao patamar da França, em que há riquezas acumuladas para bancar a “preguiça” e validar a decisão de pegar leve. O Brasil ainda não chegou lá. Temos um caminho longo. Convém mirar mais alto do que vimos fazendo.
 
 
Fonte: Gustavo Ioschpe - Revista Veja - 08/09/2012 - São Paulo, SP

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Inteligência artesanal

A tecnologia hoje é tão disruptiva que coloca em xeque até a participação humana no processo produtivo. Por isso é melhor você prestar atenção. As notícias dessa revolução não param de aparecer.
  
O "Wall Street Journal" revelou recentemente que a Ikea, a fabricante de móveis sueca, agora cria seus catálogos de vendas apenas com imagens produzidas digitalmente.
 
 
Não usam fotógrafos, móveis de verdade, modelos, luz: só imagens digitais. Todas as imagens são criadas por softwares bem programados e alimentados, que substituíram custosas produções em estúdios.
  
E não são só os móveis da Ikea que fazem parte dessa nova realidade antes chamada virtual.
  
A rede global de moda jovem H&M substituiu as modelos de (pouca) carne e osso por modelos digitais ainda mais perfeitas e muito mais fáceis de lidar e de remunerar.
  
Já uma startup americana, a Narrative Science, criou um software capaz de escrever artigos noticiosos e espirituosos a partir de dados básicos em tempo real, como um relato de um jogo de futebol a partir de sua ficha técnica.
  
A inteligência humana está fazendo a inteligência artificial avançar do entendimento da linguagem para a formulação da linguagem.
 
 E ao mesmo tempo está criando robôs capazes de fazer tarefas que nosso corpo jamais faria ou faria a um custo financeiro e humano muito maior.
  
Colocando de uma outra forma, sua cabeça e o seu corpinho estão a caminho de serem superados por uma dupla concorrência brutal: softwares e robôs.
  
Você só tem uma coisa que eles não têm: alma, emoção, coração, o nome que se queira dar àquilo que de fato nos torna nós.
 
Mesmo aqueles entre nós que todo dia vão e voltam do trabalho como se tivessem ido a um jogo de futebol zero a zero, sem grandes lances emocionantes, têm uma alma profunda e única.
Quanto mais a usarmos produtiva e criativamente, mais valor traremos para o que fazemos.
  
Essa revolução tecnológica será destrutiva para quem trabalha como máquina e pensa como máquina já que agora, para isso, já temos as máquinas.
  
Por isso, a revolução das máquinas deve ser uma grande oportunidade para as pessoas.
  
Mas o mundo só vai querer lhe ouvir se você tiver algo a dizer. A atitude quente será muito mais importante do que o conhecimento frio.
  
Acumular conhecimento é preciso, mas sem personalidade e atitude você não será muito diferente da união do software com o robô.
 
Não paute vida e carreira pelo dinheiro. Realize, e o dinheiro será consequência. Como diz aquele imortal slogan da Nike: "Just do it".
  
Quem pensa muito em dinheiro geralmente não ganha muito dinheiro. Steve Jobs não criou o iPad pensando em dinheiro. O software e o robô são programados para render o máximo de dinheiro. Esse não deve ser o seu caso, porque a concorrência será matadora.
 
 Será então que os robôs e os softwares, ao libertarem as pessoas dos trabalhos mecânicos e braçais, as levarão para posições mais criativas e inteligentes ou elas acabarão na fila dos desempregados?
 
Essa antiga pergunta segue sem resposta.
 
O que eu posso dizer é que a melhor maneira de enfrentar as máquinas é não ser uma máquina.
  
Seja sempre você mesmo, mas também não seja sempre o mesmo. Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se.
  
Eu sei bem como é isso. Seja o seu próprio programador para que você não seja programado pelos outros. Tenha seu próprio programa para não passar a vida coadjuvando em programas alheios.
  
Na próxima vez que você olhar no espelho, faça como dizia aquele outro slogan imortal, este da Apple: "Think different".
  
Pense diferente, olhe à frente e caminhe. Ninguém mais pode fazer essa jornada, nem os robôs e os softwares mais avançados.
  
Essa é a graça do jogo. Opor à inteligência artificial a sua inteligência artesanal.
 

 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

5 de setembro: Dia da Amazônia


Com sete milhões de quilômetros quadrados, sendo cinco milhões e meio de florestas, a Amazônia é hoje um dos patrimônios naturais mais valiosos de toda a humanidade.

Este domínio biogeográfico ocupa 60% do território brasileiro e possui uma área que abrange oito países e um território da América do Sul (Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Bovialí, Guiana, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa). Estima-se que no Brasil 30 milhões de pessoas vivem na Amazônia.


Embora tenha uma importância ambiental incalculável para o planeta – como lar de uma infinidade de espécies animais, vegetais e arbóreas conhecidas e desconhecidas; como regulador no equilíbrio climático global; e como fonte de matérias primas alimentares, florestais, medicinais e minerais -, a Amazônia é ameaçada por inúmeras atividades predatórias, como a extração de madeira, a mineração, obras de infra-estrutura e a conversão da floresta em áreas para pasto e agricultura.


Neste 5 de setembro, data em que se comemora o Dia Mundial da Amazônia, o WWF-Brasil apresenta a você uma série de materiais cujo objetivo é mostrar a importância de conciliar a conservação dos recursos naturais com o desenvolvimento sustentável da região.  



Entrevista


Entrevistamos o arquiteto e ambientalista José Pedro de Oliveira Costa, considerado um dos criadores do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, uma Unidade de Conservação situada na divisa entre os Estados do Amapá e do Pará e que “guarda” 3,8 milhões de hectares no extremo norte do Brasil.